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Apóstolas do Cenáculo
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Fundado para o serviço pastoral missionário da Igreja, o Instituto das Apóstolas do Cenáculo é presença solidária junto a Maria no Cenáculo e aos pobres que caminham na mesma estrada conosco.

Madre Maria do Cenáculo

O Instituto das Apóstolas do Cenáculo é brasileiro, fundado pela Madre Maria do Cenáculo (Zulmira Soares – Yayá, como era carinhosamente chamada pela família). Nasceu em Campinas/SP no dia 16 de setembro de 1917, filha de José Benedito Soares e Octaviana Soares. Eram seus irmãos: Rita, Dinorah Aparecida, Zulmirinha, Antônio e José. 

O Instituto nasceu como um grão caído no coração dessa menina paulista, quando descobriu a fonte de sua vocação missionária, no dia em que participou da encenação teatral “Santa Margarida Maria Alacoque. Neste dia recebeu o chamado de Jesus que mudaria sua vida definitivamente: Consagrar sua vida inteira a Ele. Mesmo não entendendo bem todo o alcance deste chamado, a pequena Zulmira Soares se colocou à disposição do Pai, tornando-se mais atenta às coisas do alto, enquanto esperava o momento certo para dar seu sim definitivo. ”Ser escrava, nada ter, possuir, desejar e colocar-me sempre em último lugar”. “Repousa Jesus tua face sempre em mim(…)”  “– Meu Jesus, eu quero Vos amar cada vez mais, para sempre! E fazer que todo mundo Vos ame também.”
      É o tempo que passa… é a menina paulista que cresce…cresce! O pequeno GRÃO cresce também. Ele se acorda e pode germinar a flor. Uma flor madura de ardor missionário!…
    Desde adolescente, Zulmira manifestava o desejo de se tornar religiosa, mas seu desejo não era de ingressar nas Instituições e Congregações Religiosas conhecidas, mas sim fundar pequenas comunidades de religiosas que iriam viver em profundo zelo e amor à Eucaristia. Depois de muito tempo, orientada pelo seu Diretor Espiritual Mons. Salim, ingressa no Inst. Das Pequenas Missionárias de Maria Imaculada e, no dia 11 de maio de 1943, torna-se Irmã Maria São Francisco de Sales. Durante o Noviciado, deixou grandes exemplos de  obediência, mortificação e piedade. Após todos os passos necessários, a 08 de dezembro de 1948, professa solenemente os votos perpétuos de Pobreza, Obediência e Castidade, confirmando assim sua entrega total ao Senhor e assumindo voz de profeta indo levar a mensagem que ardia em seu coração a todos e em qualquer lugar. Desempenhou muito bem a missão a ela designada pela Superiora Geral na cidade litorânea de Caraguatatuba. Irmã São Francisco tinha muitos dotes: pintura, artesanatos, fazia coral com crianças, teatrinhos piedosos, promovia festas onde todos eram bem vindos, sem distinção qualquer. Era muito zelosa no apostolado, por isso atraía muitas crianças para sua casa e impunha muito respeito entre a vizinhança. Passado cinco anos de sua consagração total sentiu novamente em seu coração o chamado de Jesus: E o “Cenáculo?” 

Decidida a seguir e atender o desejo de Jesus torna público seu objetivo de fundar o Cenáculo. Deixando a Congregação a que pertencia, no dia 15 de agosto de 1953, Zulmira continuou atenta aos impulsos do Espírito Santo em seu coração. Contava somente com o apoio de seu Diretor Espiritual Monsenhor Salim. 

Mas… É alto o preço que começa a pagar pelo surgimento do Instituto, o Cenáculo. Neste momento angustiante de sua vida, passa por muitos sofrimentos e abandono até de seu Diretor Espiritual e suas primeiras candidatas. Agora terá que caminhar sozinha… Mais tarde dirá: “Foi preciso tantas incompreensões e dores para surgir a nossa árvore frondosa que irá perpetuar no tempo e no espaço”.         

Certa de que Deus não a abandonaria, e que sua obra era de Deus, continua lutando. Nessa época, o Espírito Santo, através de sua irmã Rita, colocou em seus caminhos o Sacerdote Jesuíta Padre Roberto Drummond Gonçalves, pregador da Devoção ao Sagrado Coração de Jesus, como seu Diretor Espiritual, que procurou também discernir os desígnios de Deus. Este encontro programado por Deus daria novos rumos aos projetos de Zulmira, pois Padre Drummond assume carinhosamente a direção da alma de Zulmira, preenchendo o vazio deixado por Mons. Salim. O ideal de Zulmira passa a ser também o ideal de Padre Drummond e unem-se para que o Instituto seja fundado mesmo que isto custe dissabores dentro de sua Companhia de Jesus, que jamais aceitou essa possibilidade. 

 Fortalecida de muita oração, com a permissão do Bispo de Santos Dom Edílio Soares e com a ajuda da família e amigos, foi inaugurado o Pensionato “Cenáculo de Nossa Senhora, no dia 25 de março de 1954. Com Missa festiva e bênção da casa feita pelo co-fundador da obra, Padre Drummond que começava a ser gerada neste instante, inicia-se os primeiros passos para a fundação canônica tão sonhada por Zulmira. 

  Por ocasião do Congresso Eucarístico de 1955, no Rio de Janeiro, Zulmira fala com Dom Inácio João Dal Monte sobre seus planos de fundação. Ele prontamente oferece a Zulmira sua Diocese e sua proteção para que o Cenáculo pudesse surgir. Assim, no dia 11 de fevereiro de 1956, com as bênçãos de D. Inácio João Dal Monte, em Monte Santo de Minas, MG, com missa festiva, é fundado o Instituto Apostólico Secular de Nossa Senhora do Cenáculo. Neste mesmo dia, receberam das mãos do Sr. Bispo o hábito de noviças: Irmã Maria do Cenáculo e as 4 companheiras: Irmã Maria Ângela de Jesus Hóstia, Irmã Maria Angélica do Santíssimo Sacramento, Irmã Maria Teresinha da Sagrada Face e Irmã Maria Regina do Divino Coração.  Daí em diante, Zulmira passou a se chamar IRMÃ MARIA DO CENÁCULO. No dia 25 de março de 1957 professaram os Votos de Obediência, Pobreza e Castidade.

No inicio da fundação, com algumas dificuldades materiais, mas protegida espiritualmente, Madre Maria do Cenáculo com o coração ardendo de amor missionário, empregava todos os esforços, lutando para defender e sustentar a vida de sua Congregação. Madre Maria do Cenáculo talvez tivesse feito essa proposta a Deus: “Tomai meu coração de consoladora. Quero nesta hora consolar e reparar porque minha missão é desde toda eternidade, colaborar com a Igreja triunfante, segundo o desejo de DEUS e nada vai abalar minha fé neste projeto de amar a Ti meu Deus.” Foi imenso o tempo de sofrimento e de resistência para continuar a vida da Congregação.. A FÉ não vacilou. A FÉ move montanhas.

 Madre Maria Do Cenáculo sentia em seu coração a chama da fé iluminando a audácia de correr risco… Eram grandes os desafios (as vocações não chegam…), mas, grande a coragem e maior que tudo, a Força da Fé! Em 1957, Dom Ernesto de Paula, Bispo de Piracicaba, SP, convidou-a para o trabalho junto às 42 famílias de senhoras viúvas existentes no Abrigo São Vicente de Paula. As Irmãs foram recebidas com muito carinho. Em 1958, com o auxílio de benfeitores, nova casa nascia iluminada pela a Luz da Fé: o Cenáculo de Nossa Senhora de Lourdes, fundado com a finalidade de formar as futuras vocações. Foram fundadas outras casa em: Águas de São Pedro, Caraguatatuba, Campinas.

Madre Maria do Cenáculo contagiava a todos, desde meninas até senhoras que viam no Cenáculo uma oportunidade de realizarem seu desejo de se tornarem religiosas na vida Consagrada. Para aquelas que por algum motivo, não podiam sair de suas casas, idealizou, juntamente com Padre Drummond e a aprovação de Dom Inácio, um Terceiro Ramo (Irmãs Cooperadoras) que congregaria senhoras católicas, solteiras ou viúvas, que, consagradas a Deus na Pobreza, Castidade e Obediência, se colocariam a serviço da Igreja local. Assim, não existiria desculpa para que se perdesse uma vocacionada. “Tudo para a maior glória de Deus e para o maior bem das almas”.

Madre Maria do Cenáculo tinha uma saúde muito frágil e em maio de 1976 sofre um enfarto e, em 12 de fevereiro de 1977 em Santos, SP, fecha-se a última página de uma história de Fé e Coragem. É a Fé da missionária, educadora mãe, Madre Maria do Cenáculo, que partiu deste mundo, retornando aos braços do Pai. Teve uma existência muito breve, mas teve tempo suficiente para tornar-se fiel ao apelo de Deus, suportando as piores provações e incertezas. O exemplo que ela deixa é o da entrega a Deus sem nenhuma reserva ou limite: abandonar-se n’Ele.

É preciso continuar a vida da congregação!                                                                                                                                                                                                                  Madre Maria do Cenáculo, sua obra hoje, seja aqui como “Colméias” no coração de suas filhas na fidelidade e na fé certamente santificadas pela graça do Pai e renovadas sempre mais! Porém, por mãos cuidadosas em protegerem a vida Do Instituto. Hoje o sonho missionário continua e o Instituto das Apostolas do Cenáculo vive o tempo novo, em que há espaço para a utopia e a luta em busca de transformação dos sonhos em realidade partilhada com o povo Deus pelas estradas da vida.

“DEUS É AMOR!”

Padre Roberto Maria Drummond Gonçalves (Sacerdote Jesuíta, Diretor Espiritual da Madre Maria do Cenáculo e Co-fundador do Instituto)

Roberto Drummond Gonçalves nasceu em Santa Luzia do Rio das Velhas, MG, em 23 de janeiro de 1900, quinto filho de Alberto Lázaro Gonçalves e de Alice Drummond. Com 2 anos de idade, transferiu-se, juntamente com a mãe, para a cidade do Rio de Janeiro, onde já estavam residindo os outros quatro irmãos e lá passou toda a infância e juventude, no Bairro Botafogo.

Com 24 anos de idade, formou-se na Faculdade de Ciências Jurídicas do Largo Machado, mas defendeu somente uma causa, mostrando assim que sua vocação maior não era o Direito. Com 28 anos, surpreende a todos e até ele próprio quando em Teresópolis/RJ, participando de um Retiro Espiritual, deu o grande e definitivo passo que o levaria ao Sacerdócio na definição dele próprio: “…duvidando de novo sobre minha vocação, procurei encontra-la seguindo as normas da Santa Mãe Igreja, buscando tão somente a SSma. Vontade de Deus, e claramente a encontrei, ingressando no Noviciado da Companhia de Jesus, em Nova Friburgo no dia 12 de abril de 1928. Três anos depois, emitiu votos solenes. Permaneceu como irmão e estudante de Teologia no Uruguai e na Argentina onde concluiu o Curso de Teologia. Ordenou-se Padre em 18 de dezembro de 1938.

Na volta para o Brasil, foi enviado para desenvolver seu apostolado na cidade de Anchieta/ES, onde foi designado a visitar 17 das 38  Capelas bem retiradas. Saía, ora a pé, ora a cavalo, de madrugada, para poder cumprir todo o seu volumoso trabalho missionário que incluía 2 missas diárias, além de confissões e visitas aos doentes. Posteriormente em Santos, onde se tornou querido e popular pelo dinamismo e amor às coisas de Deus. Seu trabalho Pastoral em Santos foi de grande abrangência, incluindo as passeatas estudantis que confraternizava ricos e pobres, jovens e velhos no amor e devoção ao Coração de Jesus e sua propagação.

Construiu vários monumentos: o de Nossa Senhora de Fátima, o de Padre José de Anchieta, o do Coração de Jesus e a gruta dedicada a Nossa Senhora de Lourdes, além de um intenso apostolado nas Docas de Santos.

Por volta de 1953, Padre Drummond foi procurado por Zulmira Soares, ex-religiosa da Congregação das Pequenas Missionárias de Maria Imaculada, que desejava obter apoio e auxílio para a fundação de um instituto religioso que se chamaria Instituto Apostólico Secular Nossa Senhora do Cenáculo. Percebendo a grandiosidade e o idealismo desta obra, não hesitou e voltou-se inteiramente para a realização do grande projeto proporcionando condições para que o Instituto fosse fundado em 1956.

O contato que teve com Zulmira Soares, agora já consagrada como Madre Maria do Cenáculo, foi tão intenso e contagiante, que após a fundação do Instituto, sua vida sacerdotal mudou radicalmente e seu entusiasmo pela obra nascente foi tão grande que, impossibilitado de conciliar sua vida como padre jesuíta e o apostolado em Santos, teve que tomar a mais difícil decisão: desligar-se da Companhia de Jesus em 27 de janeiro de 1962. Neste mesmo ano de 1962, após concluir os trâmites legais para o seu afastamento, transferiu-se para Piracicaba/SP, como Padre Secular, onde pôde acompanhar mais de perto o crescimento do Instituto das Apóstolas do Cenáculo e se dedicar integralmente a ele. Viu o Instituto crescer acolhendo vocações jovens e adultas, sem distinção intelectual, de cor, idade, posição social. Como Diretor Espiritual, assistiu à consagração religiosa de todas as Irmãs. Esteve presente na inauguração de todas as casas que foram nascendo e administrou os últimos Sacramentos à Madre Maria do Cenáculo, sua companheira de ideal e responsável por tão grande reviravolta em sua vida.

Publicou dois livros: A Hora Santa para o Reinado Social do Coração de Jesus, Editora Salesiana; e Meditações sobre o Coração de Jesus, além de muitas poesias, versos e poemas na sua juventude.

  Já com idade avançada e próximo aos 95 anos, em 12 de janeiro de 1995 Padre Roberto Maria Drummond“ Presença Amiga” da Madre fundadora, terminou sua missão nesta terra, buscando vida plena na pátria do céu. 

“Para a maior Glória do Coração de Jesus, em Maria”

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